O que é ambliopia?
Ambliopia é um termo oftalmológico para a baixa visão que não é corrigida com óculos. Isso quer dizer que a causa desse déficit não está especificamente no olho, mas, sim na região cerebral que corresponde à visão e que não foi devidamente estimulada no momento certo (o olho não aprende a ver).
A ambliopia também é chamada de ‘’olho preguiçoso’’ e afeta um a dois por cento da população, sendo a principal causa de baixa visão nas crianças. A doença acomete apenas um dos olhos. É um problema sério e que pode passar despercebido pela criança e/ou pelos pais. E, por este motivo, que triagens visuais para as crianças são tão importantes. Se não tratado antes dos seis ou sete anos de idade pode deixar déficit visual, que afetará a criança por toda a vida, impedindo-a de exercer profissões ou atividades que dependam da visão binocular.
O que causa ambliopia?
As principais causas são:
Sim! E esta é a principal razão de se fazer exames oftalmológicos rotineiros em crianças que aparentemente não apresentam nenhum problema. A ambliopia se detecta precocemente e pode ser tratada preventivamente. Desta forma, a criança pode desenvolver visão normal, na maioria dos casos.
Como é o tratamento?
Devemos, em primeiro lugar, corrigir a causa, propiciando imagem retiniana clara, com o uso de óculos, cirurgia de catarata, entre outras. A seguir, devemos forçar a criança a usar o olho preguiçoso, que geralmente é feito com o uso de tampão (os chamados oclusores oculares) sobre o olho. O estrabismo, se existente, costuma ser corrigido geralmente com o tratamento da ambliopia.
Existem outras alternativas ao uso de oclusores?
Podemos, algumas vezes, usar colírios que embaçam a visão do olho bom e forçam a criança a usar o amblíope. Podemos fazer isto, também, com o uso de óculos. Mas a oclusão alternada continua sendo o melhor tratamento, na maioria das vezes.
As medicações orais ainda estão em estudo.
O que é baixa visão?
A perda da visão parcial, que não pode ser corrigida, causa uma disfunção por baixa visão. Uma pessoa com baixa visão tem a acuidade visual severamente reduzida, baixa sensibilidade ao contraste ou uma diminuição significativa do campo visual.
Sinais de baixa visão
Baixa visão = visão útil
A boa notícia é que as pessoas com baixa visão geralmente ainda retêm uma visão útil. Um oftalmologista especializado em baixa visão pode avaliar como o paciente enxerga e poderá prescrever aparelhos ópticos para maximizar esta visão remanescente. Essa avaliação da visão funcional e sua maximização são passos importantes que podem impactar a qualidade de vida dos pacientes com baixa visão.
A reabilitação da visão: a chave para a sua segurança e independência
Se a sua visão não pode ser melhorada por intervenções médicas ou cirúrgicas, a reabilitação visual e treinamento oferecem habilidades estratégicas, que podem trazer segurança e independência em suas atividades do dia a dia.
Serviços de reabilitação visual
Esses serviços são feitos por uma equipe multidisciplinar de especialistas que podem introduzir novos métodos para usar a sua visão remanescente e ajudá-lo a maximizar a função diária e ajustar a perda de visão.
Essa equipe especialmente treinada, inclui: oftalmologistas, assistentes sociais, enfermeiras, terapeutas ocupacionais, conselheiros ocupacionais, especialistas em orientações e mobilidade. O serviço de reabilitação visual pode incluir:
Os especialistas em reabilitação visual podem ajudá-lo a administrar seu dia a dia em casa, no trabalho, na comunidade e em todas as etapas da vida. Pergunte ao seu médico sobre a reabilitação visual e como estes serviços especializados podem melhorar a sua qualidade de vida.
O que é?
Mácula é uma pequena área no centro da retina responsável pela visão mais detalhada necessária para as atividades do dia a dia, além da percepção de cores. Quando um defeito na espessura da mácula se desenvolve, esta condição é chamada buraco de mácula.
Sintomas do buraco de mácula?
O sintoma mais comum do buraco de mácula é uma baixa gradual na visão central do olho afetado. Isso pode ocorrer como embaçamento, distorção (linhas retas parecendo tortas) e um ponto escuro na visão central. O grau em que a visão será afetada depende do estágio da doença, que varia de inicial a avançado.
Diagnóstico?
A tomografia de coerência óptica (OCT) é um padrão ouro atual no diagnóstico tardio, acompanhamento e controle do tratamento para o buraco de mácula. Trata-se de uma técnica de imagem rápida e não invasiva – que permite a avaliação da mácula em alta resolução, importante para seu médico diferenciar de outras condições oculares com sintomas semelhantes.
Como o buraco de mácula é tratada?
A cirurgia é necessária em muitos casos para ajudar a estabilizar e/ou melhorar a visão. O procedimento cirúrgico é chamado de vitrectomia – o gel vítreo dentro do olho é removido e substituído por uma bolha contendo uma mistura de ar e gás. A bolha é um tampão interno e temporário que mantém a borda do orifício macular no lugar enquanto cicatriza. Após a cirurgia, os pacientes devem permanecer em uma posição de face para baixo, normalmente por alguns dias, mas, às vezes, por mais tempo. Esta posição permite que a bolha se posicione contra a mácula selando o buraco. Como esta posição pode ser difícil para muitas pessoas, é importante discutir com seu médico antes da cirurgia. Alguns casos na fase inicial não precisam desta posição.
E se eu não puder permanecer na posição de face para baixo depois da cirurgia?
As pessoas que não conseguem permanecer em uma posição de face para baixo durante este período de tempo, podem utilizar uma série de dispositivos que podem tornar o período de recuperação ‘’virado para baixo’’. O CBV disponibiliza, na quantidade de dias recomendados, uma maca especial que ajuda no posicionamento dos pacientes. Discuta isso com seu médico.
Quão bem-sucedida é esta cirurgia?
A melhoria da visão varia de paciente a paciente. As pessoas que tiveram um buraco de mácula por menos de seis meses têm uma melhor chance de recuperar a visão do que aqueles que o tiveram por um período mais longo. Em alguns casos, a recuperação da visão final pode levar alguns meses.
Quais são os riscos da cirurgia?
O risco mais comum após a cirurgia de buraco de mácula é um aumento na taxa de desenvolvimento de catarata. Outras complicações raras incluem infecção e descolamento da retina – tanto durante a cirurgia quanto depois, ambas as quais podem ser imediatamente tratadas.
Durante alguns dias após a cirurgia, os pacientes não devem viajar de avião, pois mudanças na pressão do ar podem fazer com que a bolha no olho se expanda, aumentando a pressão ocular.
O que é catarata?
O olho tem uma lente natural, normalmente transparente, chamada ‘’cristalino’’, que tem a função de focalizar a imagem dos objetos. Devido a vários fatores, essa lente começa a ficar opaca. É a chamada catarata, que é a principal causa de cegueira no mundo.
Por que tantas pessoas tem catarata?
O tipo mais comum de catarata acontece em função do envelhecimento natural do cristalino. Existe também a catarata congênita (presente ao nascimento), a traumática, causada pelo uso indevido de medicamentos e, ainda, as decorrentes de doenças metabólicas, como a diabetes.
Quais são os sintomas?
O primeiro sinal de aparecimento da catarata pode ser da visão ou uma alteração do grau dos óculos em curto período de tempo. Podem ocorrer halos ao redor das luzes à noite, embaçamento ou sombras na visão. Nos casos muito avançados a pupila se apresenta esbranquiçada.
Como tratar?
O único meio eficaz de tratar a catarata é a cirurgia. Hoje, o método mais moderno é utilizando um laser de femtosegundo para fazer incisões, além de fragmentar a catarata. Um aparelho de facoemulsificação completa a fragmentação e aspiração da catarata, após a remoção da catarata, uma lente artificial deve ser implantada. A cirurgia de catarata é a mais realizada no mundo entre todas as cirurgias, pois é segura, de fácil recuperação e que raramente apresenta complicações. Poucos dias após a operação, não havendo nenhuma outra doença ocular associada, o paciente recupera sua acuidade visual e retorna às suas atividades normais.
Tipos de lentes
Diversos tipos de lentes intraoculares estão disponíveis para corrigir problemas oculares, como o astigmatismo, a vista cansada e aberrações esféricas. As lentes trifocais são práticas, pois elimina a dependência de óculos, proporcionando melhor acuidade visual para longe, meia distância e perto. Até mesmo para os que já operaram de catarata e ainda sofrem com grau residual surgiram novidades. Pode – se na maioria das vezes, acrescentar uma segunda lente intraocular para astigmatismo, miopia, hipermetropia ou vista cansada.
A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural transparente que possuímos dentro do olho, que tem a função de focalizar os objetos. Apesar de frequentemente acometer idosos, segundo relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é uma das principais causas de cegueira infantil tratável e passível de prevenção.
A catarata leva a uma baixa visão do olho acometido que, geralmente, só pode ser melhorada com a realização de cirurgia. Quando acomete crianças assume maior gravidade, se não tratada rapidamente, a baixa visual pode se tornar irreversível pelo desenvolvimento de ambliopia, que é uma falha no desenvolvimento da capacidade de enxergar (ver material informativo próprio sobre ambliopia).
Existem dois tipos de catarata: a congênita (infantil), presente no nascimento ou que aparece imediatamente após; e catarata adquirida, que ocorre mais tarde, e está normalmente relacionada a alguma causa específica como traumas ou doenças sistêmicas. Ambos os tipos podem ser unilaterais ou bilaterais, parciais ou completas (totais). Muitas cataratas congênitas são de causa desconhecida; algumas são geneticamente herdadas, outras são secundárias as doenças infecciosas intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus e sífilis) ou metabólicas, ou ainda associadas a variadas síndromes. Além do trauma, outras causas de catarata adquirida incluem a uveíte (inflamação intraocular), infecções oculares adquiridas, diabetes e drogas (principalmente corticosteroides tópicos ou sistêmicos).
O sinal visível de uma catarata congênita avançada é a leucocoria (pupila esbranquiçada). Outros sinais são: estrabismo, nistagmo (situação em que o olho apresenta movimentos involuntários rítmicos em diversas direções) e microftalmia (olho de tamanho menor que o normal).
O tratamento deve ser o mais precoce possível e depende do tipo da catarata, sua localização, intensidade, grau de comprometimento visual, idade da criança e presença de outras alterações oculares associadas.
A retirada cirúrgica da catarata pode ser realizada por várias técnicas (facectomia extracapsular, lensectomia via pars plana, facoemulsificação), com implante ou não de lente intraocular. A técnica utilizada depende das características da catarata e de diversos fatores como a idade do paciente, presença da catarata em um ou ambos os olhos, e malformações associadas.
Uso de óculos, lentes de contato e oclusores, além da correta estimulação, são fundamentais para o desenvolvimento visual da criança. Sem estas medidas e total comprometimento dos pais, mesmo uma cirurgia tecnicamente perfeita, pode resultar em uma criança com visão muito baixa.
Importante
Uma forma de triagem da catarata infantil é o teste do reflexo vermelho (teste do olhinho) realizado ainda na maternidade pelo pediatra/neonatologista. Os melhores resultados de cirurgias para cataratas congênitas são observados quando são realizadas nas primeiras 12 semanas de vida da criança.
Crianças em uso de corticosteroides, principalmente por tempo prolongado, devem ser avaliadas por oftalmologistas para investigação de cataratas e glaucomas. Prevenção das doenças infecciosas congênitas, principalmente rubéola e toxoplasmose, podem diminuir significativamente o número de crianças acometidas pela catarata infantil.
O ceratocone é uma doença genética rara, de caráter hereditário, que afeta a estrutura da córnea e pode levar ao comprometimento da visão – caso não haja diagnóstico precoce para interromper a progressão.
Uma das principais características da enfermidade é a redução progressiva na espessura da parte central da córnea, que é empurrada para fora formando uma saliência com formato irregular e cônico.
Dentre os sintomas estão incluídos:
Como possíveis tratamentos apresentam-se: o uso de óculos, lentes de contato ou, até mesmo, a realização de cirurgias.
O que é conjuntivite?
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular e o interior das pálpebras. O branco do olho (esclera) é coberto por uma película fina chamada conjuntiva, que produz muco para cobrir e lubrificar o olho. Normalmente, possui pequenos vasos sanguíneos em seu interior, que podem ser vistos através de uma observação mais rigorosa. Quando a conjuntiva irrita ou inflama, os vasos sanguíneos que a abastecem alargam-se e tornam-se muito mais proeminentes, causando então, a vermelhidão do olho.
Causas
Quando a conjuntivite aparece depois do contato com um agente químico, ela é chamada de conjuntivite irritativa. Já aquele tipo causado pelo pó ou por perfume recebe o nome de alérgica. As duas variações da doença provocam principalmente vermelhidão e coceira, e não são transmitidas por contato. Ela pode ser ainda viral ou bacteriana, em geral mais graves e podendo ser transmitidas por contato.
A contaminação do olho com bactérias ou vírus se dá por transmissão dos mesmos pelas mãos (por manipulação do olho), por toalhas, cosméticos (particularmente maquiagem para os olhos) ou uso prolongado de lentes de contato.
Os irritantes causadores de conjuntivite podem ser a poluição do ar, fumaça (cigarro), sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro, produtos de limpeza, etc. Alguns indivíduos apresentam conjuntivite alérgica (sazonal), devido à alergia, principalmente, a pólen e perfumes em spray.
Sintomas
Em geral, a conjuntivite caracteriza-se por ardência e coceira na região ocular, com sensação de corpo estranho (areia ou de ciscos) nos olhos, bem como um irritante lacrimejar, olhos vermelhos e sensíveis, principalmente, a claridade, e pálpebras inchadas.
No caso da conjuntivite infecciosa, os olhos doem, além de secretar um insistente líquido amarelado. Este tipo é, sem dúvida, o que mais incomoda. Infecções bacterianas, com estafilococos ou estreptococos deixam o olho vermelho, associado a um montante considerável de secreção purulenta (pus). Uma consulta imediata a um oftalmologista é aconselhada. Por outro lado, outras infecções bacterianas são crônicas e podem produzir pouca ou mesmo nenhuma supuração, exceto um pequeno endurecimento dos cílios pela manhã.
Alguns vírus produzem a típica irritação dos olhos, dores de garganta e corrimento nasal, devido a um pequeno resfriado. Outros podem infectar apenas os olhos. As conjuntivites virais, geralmente, duram de uma a duas semanas.
Para prevenir a transmissão, enquanto estiver doente, tome as seguintes precauções:
Para prevenir o contágio, tome as seguintes precauções:
Todos estes cuidados devem ser verificados por pelo menos 15 dias desde o início dos sintomas no indivíduo contaminado, já que durante este período as pessoas com conjuntivite podem ainda apresentar contágio, evitando repassá-la para outras pessoas.
Tratamento
Na maioria dos casos de conjuntivite, os sintomas e a doença passam em 10 dias, sem que seja necessário qualquer tipo de tratamento. Medicações (pomadas ou colírios) podem ser recomendadas para acabar com a infecção, aliviar os sintomas da alergia e também diminuir o desconforto. Acima de tudo, não usar medicamentos sem orientação médica.
Alguns colírios são altamente contraindicados, porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro. Para a conjuntivite viral, não existem medicamentos específicos, apenas cuidados especiais com a higiene, que ajudam a controlar o contágio e a evolução da doença.
Para melhorar os sintomas, lave os olhos e faça compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico. E lembre-se: ao perceber alguma irritação, vermelhidão ou secreção anormal, procure imediatamente seu oftalmologista. Só ele pode indicar o melhor tratamento.
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma condição que afeta a mácula, região central e mais crítica da retina, que promove a visão de detalhes. A prevalência da perda visual decorrente da DMRI aumenta com a idade. No Brasil, é uma das principais causas de perda irreversível da visão central, em pessoas com mais de 60 anos. Embora, na maioria dos casos, a DMRI não resulte em perda visual severa, a perda da visão central pode ter grande impacto na vida de uma pessoa, limitando a habilidade para dirigir, para ler ou mesmo para ver o rosto de alguém. É uma doença crônica e que está relacionada com o envelhecimento. A detecção precoce da doença e seu monitoramento periódico podem, muitas vezes, permitir o tratamento da mácula, evitando a perda visual severa.
É significativo o avanço da ciência no tratamento da forma mais agressiva de DMRI, tipo neovascular. As abordagens farmacológicas mais recentes, como o uso de injeções intraoculares, proporcionaram desfechos mais consistentes no tratamento. Duas drogas, o Ranibizumabe(Lucentis) e o Aflibercept (Eylea), são aprovadas para o tratamento da DMRI neovascular. Por causa dessas drogas, o tratamento da DMRI mudou dramaticamente nos últimos anos. As opções terapêuticas vão continuar crescendo nos próximos anos, pois ofereceram aos pacientes a oportunidade de manter ou melhorar a visão.
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é classificada nas categorias não-neovascular (também conhecida como seca) e neovascular (úmida). As duas formas podem se manifestar ao mesmo tempo, em um ou nos dois olhos de uma mesma pessoa. A forma não-neovascular pode se apresentar em algum momento que precede o desenvolvimento da DMRI neovascular. O início e a progressão dos tipos de DMRI não seguem um padrão estabelecido, o que a torna uma doença de difícil diagnóstico em seus estágios iniciais. De causa desconhecida, está associada, em suas duas formas de manifestação, a riscos conhecidos, como idade avançada, história familiar e tabagismo.
DMRI seca: mais comum
Aproximadamente 90% das pessoas com DMRI apresentam a forma seca da doença, também conhecida como forma não-neovascular. Caracteriza-se por depósitos sub-retinianos chamados drusas, que são pequenos acúmulos de material amorfo e debris abaixo da retina e acima das células do epitélio pigmentar da retina (EPR). Ao exame de fundoscopia, as drusas aparecem como pequenos pontos amarelos abaixo da retina. As drusas podem ser duras ou moles e podem aumentar em número e em tamanho. Muitas pessoas apresentam, a partir dos 50 anos, pequenas drusas duras, como uma consequência normal do envelhecimento, sem que representem risco para a visão.
Drusas maiores, moles, no entanto, estão associadas à DMRI e podem representar um risco potencial para a perda de visão e progressão da doença para formas mais graves.
O aumento das drusas, em número e tamanho, pode impedir o fluxo de nutrientes para a retina sadia e para as células do epitélio pigmentar da retina (EPR). A atrofia e morte das células do EPR levam à perda da função e à degeneração da retina externa acima dele.
A DMRI seca não pode ser prevenida ou revertida e pode progredir lentamente ou estabilizar-se por alguns períodos, não causando perda severa da visão na maioria dos indivíduos. Em algumas pessoas, no entanto, a atrofia das células do EPR torna-se mais pronunciada com o passar do tempo, acometendo grande parte da mácula. As células visuais chamadas cones e bastonetes desaparecem juntamente com o EPR. Essa atrofia progressiva na mácula é chamada de atrofia geográfica e é considerada uma forma avançada da DMRI seca (Figura 1). A atrofia geográfica resulta em perda severa da visão central e é responsável por aproximadamente 10% da cegueira legal causada pela DMRI.
Algumas pessoas se beneficiam do uso de suplementos alimentares na dieta, diminuindo a progressão para casos avançados e, principalmente, para a forma neovascular. O efeito dos suplementos e vitaminas no risco de progressão da DMRI seca foi investigado pelo estudo Age- Related Eye Desease Study (AREDS). Por um período de seis anos, participantes dos EUA tomaram suplementos contendo antioxidantes, zinco, selênio, dentre outros. Nenhuma suplementação dietética reduziu o risco de desenvolvimento de DMRI, reduzindo, no entanto, a probabilidade de a doença evoluir para estágios avançados.
As evidências mostram que o uso desses suplementos não previne o risco de DMRI em pessoas sadias, nem protege contra a progressão da doença em pessoas com a forma inicial da DMRI. Permite, entretanto, a recomendação de que pessoas em estágio intermediário da doença em um ou ambos os olhos e aquelas com a forma avançada em um olho e com boa visão no outro olho, façam uso da suplementação (evidentemente com supervisão médica) na tentativa de reduzir o ritmo da evolução. Aceita-se que, embora a suplementação dietética não cure a DMRI e não seja capaz de restabelecer a visão previamente perdida, pode, entretanto, retardar o início de aparecimento das formas mais graves. Não se dispõe, até a presente data, de tratamento efetivo para a forma avançada da DMRI seca (atrofia geográfica). No entanto, tratamentos experimentais estão sendo testados e novas terapias estarão disponíveis em um futuro próximo.
DMRI neovascular: mais devastadora
A forma neovascular é a principal causa de perda visual relacionada à DMRI. A perda da visão deve-se à neovascularização da coroide, ao crescimento de novos e anormais vasos sanguíneos dessa camada entre a retina e a esclera. Esses vasos novos e anormais tendem a extravasar líquido e sangue para a retina. Mesmo quando cicatrizados, a cicatriz tecidual que ocorre no local dos vasos destrói as células visuais resultando em perda da visão central.
A forma neovascular é considerada um estágio avançado da DMRI e não se manifesta em estágios como na DMRI seca. Desenvolve-se mais rapidamente do que a forma seca (em semanas ou meses). Ainda que se manifeste em apenas 10 a 15% dos pacientes com DMRI, dois terços das pessoas com a forma avançada apresentam a forma úmida. A forma neovascular da DMRI responde por mais de 80% dos casos de perda visual severa ou cegueira legal. Embora possa se manifestar em apenas um dos olhos, seu surgimento, quando em presença de drusas grandes e alterações da camada pigmentar da retina, está associado a 50% de chance de o outro olho ser afetado em um período de cinco anos. Indivíduos com a forma seca e presença de drusas grandes e alterações pigmentares na mácula também têm grande risco de progressão para formas avançadas da DMRI. O monitoramento periódico é recomendável em presença da forma seca da doença, já que a evolução para a forma úmida pode passar despercebida pelo paciente.
Tratamento com inibidores do VEGF
Ainda não existe cura para a doença em suas formas seca ou úmida. Entretanto, o prognóstico melhorou muito nos últimos anos, nos casos da forma neovascular, devido ao advento de novas medicações que bloqueiam a ação de uma proteína chamada fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), responsável pela promoção do crescimento de novos vasos sanguíneos no olho. As drogas anti-VEGF promoveram mudança radical no tratamento da DMRI neovascular, já que o bloqueio do VEGF reduz o crescimento e o extravasamento de líquido dos vasos anormais.
Historicamente, a forma úmida tem sido tratada através de fotocoagulação a laser, terapia fotodinâmica, radioterapia ou procedimentos cirúrgicos, embora com resultados pouco satisfatórios. As abordagens farmacológicas mais recentes, como o uso dos anti-VEGF, levam a desfechos mais consistentes. Lucentis foi especificamente desenvolvido para uso ocular e é a primeira droga a mostrar melhora da visão em mais de 30% dos pacientes tratados com DMRI úmida. A droga é administrada através de injeção intravítrea, uma vez por mês, enquanto a lesão estiver ativa.
O tratamento e o acompanhamento
Em adição a escolha de Lucentis, para pacientes com DMRI neovascular, está disponível agora uma droga como opção. Em novembro de 2011, o FDA americano aprovou o anti-VEGF Eylea, também conhecido por VEGF Trap-Eye. A droga já foi aprovada pela ANVISA. É uma proteína de fusão com vários tipos diferentes de receptores que capturam diferentes formas de VEGF e inativam as células da membrana neovascular a ser tratada.
O VEGF Trap-Eye mostrou-se comparável ao Lucentis na prevenção da perda visual e no ganho de visão.
Compete ao médico a decisão sobre a melhor medicação em cada caso, assim, como o melhor regime de tratamento, informando devidamente o paciente sobre o tratamento proposto (intensivo e demorado, podendo chegar, em alguns casos, a dois, três ou mais anos). Durante o curso do tratamento, poderá ser necessário grande número de injeções intraoculares realizadas com anestesia tópica em ambiente hospitalar. Neste período, vários exames poderão ser realizados para verificar a evolução do tratamento e a efetiva cicatrização dos neovasos (inativação). Estes exames incluem o OCT (Tomografia de coerência óptica), angiografias, fotos coloridas e monocromáticas. Novos tempos e perspectivas animadoras e esperanças de melhor visão e qualidade de vida aos nossos pacientes.
Causas e sintomas
A retina é uma membrana delicada que reveste a parte posterior do olho, sendo responsável pela captação e envio de imagens ao cérebro. É mantida em seu local por um mecanismo próprio de adesão, auxiliado pelo corpo vítreo. Em alguns casos, a contração do vítreo, que é característica do processo de envelhecimento, pode tracionar a retina. Essa tração pode causar uma ruptura retiniana e seu consequente descolamento. Nesta fase, o paciente pode notar ‘‘moscas volantes’’ ou flashes luminosos. Quando o descolamento de retina já está presente, observa-se uma ‘‘sombra’’ no campo de visão.
Além do envelhecimento, a alta miopia, os fatores genéticos, o trauma ocular, as cirurgias intraoculares e a prematuridade, são algumas das condições que predispõem ao descolamento de retina.
Tratamento
Existem diversos métodos cirúrgicos para o tratamento do descolamento de retina, mas independentemente da técnica, o objetivo principal é obter um fechamento das rupturas retinianas, levando à reaplicação da retina. Uma cicatriz é produzida intencionalmente com laser para facilitar a aderência entre as partes lesionadas.
O processo cirúrgico
O tratamento cirúrgico inicia-se com um completo exame oftalmológico e segue até uma sequência de procedimentos pós-operatórios. A internação se dá, normalmente, no dia da operação e, exceto em casos especiais, o paciente não deve se alimentar e nem tomar água no mesmo dia. Geralmente, a cirurgia é feita com anestesia local e, ao final do processo, o paciente retorna ao seu quarto com um curativo sobre o olho operado.
Procedimentos e cuidados pós-cirúrgicos
O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte. Dores moderadas são habituais e a visão no olho operado retorna lentamente, dias ou semanas após a cirurgia.
Caso seja necessário o uso de gás ou óleo de silicone intraocular, o paciente apresentará comprometimento da visão, durante o período em que o mesmo permanecer dentro do olho. Quando o gás é utilizado, viagens aéreas não são recomendadas por um período de dez a vinte dias.
O uso da medicação prescrita deve ser mantido de acordo com as indicações médicas. Recomendações referentes a posição, atividades físicas, restrições, possíveis anormalidades e consultas de retorno, serão fornecidas pela equipe do CBV, que estará à disposição durante todo período pós-operatório.
O que é estrabismo?
Estrabismo consiste no desalinhamento dos olhos. É uma condição que afeta cerca de 4% da população, ocorre em adultos e, principalmente, em crianças.
Quais são as consequências possíveis?
O estrabismo pode causar ambliopia (falta de desenvolvimento visual no olho desviado). Este é um problema muito sério e que pode passar despercebido pelos pais e, se não tratado antes dos sete ou oito anos de idade, deixa déficit permanente. O estrabismo pode provocar diplopia (visão dupla), desconforto visual, perda de campo de visão, posições anormais da cabeça, perda da visão tridimensional, além de dificuldades laborativas e psicossociais.
Quais os tipos de estrabismos?
O estrabismo convergente ou esotropia, é quando o olho está direcionado para dentro, e exotropia quando um dos olhos está direcionado para fora. Hipertropias e hipotrofias é quando um dos olhos está direcionado para cima ou para baixo, respectivamente. Também classificamos os estrabismos em constantes e intermitentes (só aparecem em alguns momentos).
O que causa o desvio ocular?
Muitas vezes, a criança nasce com o desvio (congênito) ou desenvolve nos primeiros anos de vida. Em ambas as situações, o mais comum é não encontrarmos causas específicas do desvio. Pode ser provocado pela baixa visual de um ou ambos os olhos, problemas da tireoide e doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão arterial. Outra causa bastante comum é o traumatismo craniano. Sempre que observamos uma pessoa com estrabismo devemos também descartar a possibilidade deste ser provocado por um tumor intraocular (retinoblastoma) ou intracraniano. Esta é uma das principais razões para que crianças com suspeita de estrabismo sejam vistas o mais rápido possível por oftalmologistas.
Os desvios são sempre facilmente perceptíveis?
Não! Às vezes, o desvio é tão pequeno que só é observado com testes específicos realizados pelo oftalmologista. São perigosos, pois os pais costumam demorar para procurar tratamento.
Como é o tratamento?
A maioria dos casos de estrabismo são corrigidos com cirurgias nos músculos extraoculares. Também podemos realizar tratamentos com o uso de toxina botulínica (Botox®). Algumas vezes o estrabismo pode ser corrigido com uso de óculos comuns ou óculos especiais que são feitos com prismas. Alguns tipos de estrabismo podem responder a exercícios ortópticos.
A exoftalmia, também chamada de exoftalmo, proptose ou exorbitismo, é uma condição médica em que o paciente apresenta uma protrusão de um ou dos dois olhos para fora da órbita, ou seja, exibe uma proporção maior do que a normal da parte branca dos olhos, fazendo os olhos parecerem “arregalados”.
A condição pode ser uni ou bilateral, sendo que cada uma têm implicações clínicas diferentes. É bilateral, por exemplo, casos de doença de Graves e unilateral em casos como tumor orbital.
O que é glaucoma?
Principal causa de cegueira irreversível, o glaucoma é uma doença ocular praticamente sem sintomas no seu início, o que a torna difícil de ser detectada. Aos poucos, o nervo óptico se deteriora, provocando diminuição progressiva da visão periférica. Sem o tratamento adequado, pode ocasionar a perda total e definitiva da visão.
Quais são as causas e os sintomas?
Não existe uma única causa responsável pela doença. Pensava-se que a pressão intraocular alta era a única causadora do glaucoma. Hoje, sabemos que ela é um fator de risco, mas nem sempre está presente. Alterações genéticas, traumatismos oculares, uso prolongado e/ou indiscriminado de corticoides, inflamações oculares, enfermidades que prejudicam a circulação e nutrição sanguínea do nervo óptico são algumas das causas conhecidas deste problema. No caso do glaucoma congênito, pode-se perceber alterações oculares já ao nascimento da criança.
No glaucoma de ângulo estreito, o paciente sofre fortes dores oculares, embaçamento visual e chega a ter vômitos causados pela intensidade da dor, durante a crise aguda. Mas a maior parte dos glaucomas (crônico de ângulo aberto), no qual o paciente não apresenta nenhum sintoma (dor ou qualquer desconforto), mas o nervo óptico sofre lesões irreversíveis e que somente pode ser detectado em consulta oftalmológica.
Prevenir é o melhor remédio?
Como na maioria dos casos o paciente não apresenta sintomas facilmente perceptíveis, a prevenção é a melhor forma de evitar a doença. Pelo menos uma vez ao ano, deve-se procurar o oftalmologista para o exame de rotina, submetendo-se ao estudo de fundo de olho, a medida da pressão intraocular e, em casos de suspeita, há alguns exames complementares (campimetria, retinografia, tomografia de coerência óptica – OCT e outros) para que se obtenha um diagnóstico preciso.
Como tratar?
No início, o tratamento é feito com a prescrição de colírios específicos, que diminuem a pressão intraocular. Nos casos mais persistentes, recorre-se à aplicação de laser ou, até mesmo, a um procedimento cirúrgico, a fim de evitar a evolução da doença.
Precauções
A consulta anual de rotina é importantíssima, principalmente para pacientes com histórico de glaucoma na família, que tenham mais de 40 anos ou que apresentem fatores de risco, como, por exemplo, diabetes, alta miopia e hipertensão. O acompanhamento médico adequado e periódico é a melhor forma de evitar a doença, que pode ter consequências irreparáveis e permanentes. Portanto, não deixe de comparecer ao consultório de seu oftalmologista, pelo menos uma vez ao ano. Você estará protegendo um bem precioso: a sua visão.
A Neurite óptica é a inflamação do nervo óptico, que pode acarretar perda de visão e dor ao movimentar os olhos. A patologia é mais comum entre pacientes de 20 a 40 anos de idade e tem como causa mais frequente a esclerose múltipla, contudo, também pode ser causada por infecções, por exemplo, como encefalite viral, meningite, sífilis, sinusite, tuberculose, pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), entre outras.
O que é?
Membrana epirretiniana (MER) também conhecida como maculopatia em celofane. Como o nome sugere, forma-se uma membrana delicada avascular, translúcida na superfície da retina. Inicialmente, causa mínimos sintomas e devem ser simplesmente observados, mas em alguns casos, resultam em perda da visão e distorção visual.
Sintomas da membrana epirretiniana?
Os pacientes podem notar distorção em formas, normalmente, quando comparadas ao outro olho. Em casos avançados, isso pode levar a uma visão bastante diminuída.
Diagnóstico
A tomografia de coerência óptica (OCT) é um importante método de imagem utilizado para avaliar a gravidade de MER. A angiografia com fluoresceína é usada para determinar se outros problemas de retina subjacentes provocados pela MER.
Como a membrana epirretiniana é tratada?
Como a MER pode se manter estável após um período inicial de crescimento, ela simplesmente pode ser monitorada, desde que não afete significamente a visão. No entanto, se o exame apresentar progressão e/ou piora funcional da visão, as intervenções cirúrgicas podem ser recomendadas.
Não há colírios, medicamentos ou suplementos nutricionais para tratar a MER. Um procedimento cirúrgico chamado vitrectomia é a única opção nos olhos que requer tratamento. A vitrectomia permite o acesso a superfície da retina, na qual a MER pode ser removida com delicadas pinças, permitindo que a mácula relaxe e torne-se menos enrugada.
Fatores que afetam o prognóstico do resultado visual após tratamento cirúrgico da MER
– Tempo de presença da MER;
– O grau de tração sobre a retina;
– A causa da MER: idiopática tem melhor prognóstico do que aquelas relacionadas com vasculares retinianos.
O prognóstico do tratamento cirúrgico da membrana epirretiniana
O risco de complicações com vitrectomia é pequeno, com cerca de 1 em cada 100 pacientes apresentando descolamento da retina, e 1 em 2000 podendo desenvolver infecção após a cirurgia. Pode haver progressão aumentada de catarata após a cirurgia.
A cirurgia para a MER tem boa taxa de sucesso e a maioria dos pacientes experimentam melhora na acuidade visual e diminuição das deformações visuais após a vitrectomia.
O que é?
A miopia é uma condição comum em que a pessoa vê objetos próximos com clareza, mas objetos mais distantes são borrados. O grau de sua miopia afeta sua capacidade de focar objetos distantes. Pessoas com miopia grave podem ver claramente apenas objetos a poucos centímetros de distância, enquanto aqueles com miopia leve podem ver claramente os objetos até vários metros de distância.
A miopia pode se desenvolver gradualmente ou rapidamente. Muitas vezes, piora durante a infância e adolescência. A doença tende a afetar membros da mesma família. Pelo menos, 30 a 40% da população ocidental é afetada com miopia, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Num olho com a forma perfeita, cada um destes elementos de focagem tem uma curvatura lisa, como a superfície de uma esfera. A córnea ou cristalino com tais curvas de superfície de curvatura refrata toda a luz recebida da mesma maneira e faz uma imagem perfeitamente focada na parte de trás do olho. No entanto, se sua córnea ou lente não é uniforme e curva, os raios de luz não são refratados corretamente, e a imagem não fica igualmente focada. Isso faz com que a visão pareça borrada, dando origem a miopia.
A miopia pode ocorrer quando a córnea é curva demais ou, mais comumente, quando o olho é mais longo do que o normal. Em vez de estar focado justamente na retina, a luz é focalizada na frente desta, resultando em uma aparência borrada para objetos distantes.
Fatores de risco
O principal fator de risco para a miopia é a hereditariedade. Hoje, acredita-se que o estresse visual excessivo e prolongado decorrente de atividades que exijam um maior uso da visão de perto possa estar associado a um fator de risco para o desenvolvimento da miopia.
Esta doença geralmente é diagnosticada entre os oito e 12 anos. Os olhos estão em processo de desenvolvimento nessa idade, por isso, a forma deles pode mudar. Adultos geralmente permanecem míopes se eles têm esta condição desde criança. O surgimento de miopia em adultos que não apresentavam a patologia na infância pode estar associado à diabetes descompensada ou catarata.
Algumas pessoas se queixam do incômodo causado pelo aparecimento de pequenas manchas em seu campo de visão. Essa impressão pode ser causada pelas chamadas “moscas volantes”, que são pequenas condensações do corpo vítreo. Normalmente, são de pouca importância e fazem parte do processo de envelhecimento. É um fenômeno comum em indivíduos com mais de 60 anos e em míopes.
Quando representam motivo de preocupação?
Múltiplas moscas volantes podem ser sinal de rasgo ou ruptura na retina, um fator causador de uma doença grave denominada descolamento de retina. O risco associado às moscas volantes só pode ser verificado por um oftalmologista – por meio de um exame especializado.
O que pode ser feito para diminuir o incômodo causado pelas moscas volantes?
Esse tipo de perturbação pode ser reduzido com movimentos oculares para cima, para baixo e para os lados.
O que são flashes luminosos?
Quando a gelatina vítrea que preenche o interior do olho traciona a retina, é produzida uma reação semelhante a de flashes luminosos. Essa sensação pode permanecer por semanas e faz parte do processo de envelhecimento.
Existem ocasiões em que os flashes luminosos podem estar relacionados a um grande número de moscas volantes ou ao escurecimento de uma parte do campo de visão. Nesses casos, podem ser sintomas de ruptura retiniana ou descolamento da retina.
Quando procurar um oftalmologista?
Quando as moscas volantes e os flashes de luz aparecem em grande número ou aumentam muito com o passar do tempo. Se durante o exame, o oftalmologista detectar a presença de ruptura retiniana, pode ser indicado o tratamento com laser. Esse tratamento no consultório pode prevenir o descolamento de retina.
O que é Olho Seco?
De repente, aquele desconforto: a sensação de um corpo estranho ou areia dentro dos olhos. Ardem, coçam, ficam vermelhos. A princípio não há muita importância, mas os sintomas vão se tornando crônicos. A solução é procurar o auxílio médico. O diagnóstico é simples: você está com uma doença chamada “Síndrome de Olho Seco” que ocorre, principalmente, em função de uma deficiência da produção lacrimal, levando ao ressecamento da superfície ocular.
Quais são as causas?
Vários fatores podem provocar ‘’Olho Seco’’. Os mais comuns são:
Fique atento
Não despreze os sintomas citados. Os sintomas podem piorar pela fumaça, pelo vento, por uma leitura prolongada ou pelo ar condicionado. Em casos mais severos, pode ocorrer turvação da visão, ardor, sensibilidade à luz (fotofobia) e incapacidade total de produção lacrimal.
Na maioria dos casos, a doença pode ser controlada pela utilização de lágrimas artificiais e géis líquidos indicados pelo oftalmologista. Em casos mais severos é indicada a oclusão do ponto de drenagem das lágrimas, a fim de preservar por mais tempo a lágrima natural.
O Pterígio é uma patologia ocular caracterizada pelo aparecimento de uma membrana fibrovascular sobre a córnea, que invade a superfície do olho – podendo atingir até mesmo a pupila – sendo capaz de comprometer a visão.
Normalmente tem como sintomas a sensação de areia no olhos, ardência, dor, coceira, olhos vermelhos e o crescimento de uma membrana em direção à íris.
O que é retinoblastoma?
É o câncer originário das células embrionárias da retina (porção posterior do olho responsável pela transformação dos estímulos luminosos em estímulos nervosos que vão para o cérebro). Afeta uma em cada 15 a 30 mil crianças nascidas nos Estados Unidos (EUA). É o tumor ocular mais comum das crianças que podem ser de todas as raças e de ambos os sexos.
É uma doença de etiologia genética decorrente da mutação de um gene localizado no braço longo do cromossomo 13. Pode ter caráter hereditário, o que ocorre em 10% dos casos. Esses casos têm transmissão pelo modelo autossômico dominante. Os 90% restantes têm apresentação não hereditária.
O retinoblastoma pode ser congênito ou aparecer durante os três primeiros anos de vida, principalmente. Pode ser uni ou bilateral. A maioria dos casos, cerca de 75%, é unilateral.
Tipos de retinoblastoma
A maioria dos pacientes apresentam um reflexo branco na pupila (leucocoria), ao invés da pupila preta normal ou, então, em substituição ao reflexo vermelho, também normal, que aparece em fotografias, quando se está olhando diretamente para a câmara fotográfica. O reflexo branco anormal na pupila é, às vezes, referido como o “reflexo do olho de gato”. E a segunda maneira mais comum de apresentação do retinoblastoma, é por meio do estrabismo (ou desvio ocular).
Sintomas do retinoblastoma
Pode apresentar-se também por meio de outros sinais, como: olho vermelho, dolorido, baixa visual, inflamação de tecidos perioculares, pupila aumentada ou dilatada e mudança de cor da íris (heterocromia). Pode vir associado a outras anomalias como o retardo no desenvolvimento, malformação das orelhas, polidactilia e retardo mental.
Diagnóstico do retinoblastoma
O diagnóstico é feito pelo exame do fundo do olho com oftalmoscopia indireta, conhecido como mapeamento de retina. Ultrassonografia ocular pode ser usada para confirmar a presença de retinoblastoma e permite medir o tamanho do tumor. Tomografia computadorizada e ressonância magnética também são importantes para se determinar extensão para órbita, nervo óptico e cérebro.
Um oncologista pediatra é importante para investigar a presença de metástases e definições de condutas terapêuticas, juntamente com o oftalmologista.
Tratamento do retinoblastoma
O tratamento é individualizado para cada paciente. Ele depende do tamanho do tumor, da idade da criança, do envolvimento de um ou de ambos os olhos e da presença de metástases. Os objetivos do tratamento, por ordem decrescente de importância, são: salvar a vida, manter o olho e a visão e preservar a aparência estética.
Tumores pequenos, em geral, são tratados por laser ou crioterapia. Tumores médios são tratados por quimioterapia, braquiterapia ou radiação por feixes externos e laser. Tumores grandes, geralmente, só podem ser tratados pela remoção do globo ocular (enucleação). Quando há invasão do sistema nervoso central ou metástases à distância usa-se quimioterapia e radioterapia no tratamento. Os resultados são melhores quando menos avançado é o estágio da doença.
Recomendações
Única forma de realmente fazer o diagnóstico precoce do retinoblastoma é a realização de fundoscopia sob midríase (dilatação da pupila) em crianças sem sinais ou sintomas. Assim, pode-se tratar a maioria dos casos conservadoramente, evitando o grande número de enucleações. Pelo menos, com um ano de vida e a seguir anualmente, toda criança deveria ter os olhos examinados, com dilatação da pupila e exame de fundo de olho por oftalmologista. Recomenda-se também a realização de exames de retina em crianças;
Não considerar casos de estrabismo constante como normais após os dois meses de vida. Devem todos ser examinados, pois podem ser manifestações de diversas doenças oculares, como catarata, glaucoma e retinoblastoma.
Causas e sintomas
Proveniente do diabetes, a retinopatia diabética se dá pelo rompimento dos micros vasos sanguíneos da retina, que sofrem dilatação, causando hemorragia e infiltração de gordura em seu interior. Essa patologia manifesta-se inicialmente de forma leve ou moderada na maioria dos pacientes, sem qualquer efeito significativo sobre a visão. O processo pode evoluir rapidamente, levando a uma perda visual parcial ou total. Tal comprometimento da visão ocorre quando as hemorragias e a gordura extravasadas afetam a mácula, uma área central e crítica da retina, indispensável para a visão de leitura, de cores e detalhes. Essa forma da doença é chamada de retinopatia diabética exsudativa ou edema macular.
Outra forma de apresentação da doença é a proliferativa, decorrente de vasos sanguíneos anormais que se formam no interior do gel ocular chamado de vítreo. Estes vasos neoformados podem causar hemorragia no vítreo e descolamento de retina. Em alguns casos, a forma proliferativa pode vir somada à exsudativa.
A retinopatia diabética leva à cegueira?
Sim! Dependendo da área afetada do olho, da forma e do tempo de manifestação da doença e do descontrole do diabetes.
Existe um tratamento?
Sim! E apresenta resultados animadores quando aplicado precocemente. Através da técnica da fotocoagulação a laser, pequenas áreas da retina podem ser cauterizadas, beneficiando a maioria dos pacientes. Outra forma de tratamento é através da vitrectomia, uma delicada microcirurgia que visa à remoção dos vasos anormais, da hemorragia vítrea e a correção do descolamento de retina.
Quais são as possibilidades de cura?
Novas drogas vêm sendo estudadas e usadas com essas mesmas finalidades. Estas drogas são injetadas pelo oftalmologista no interior do globo ocular, proporcionando resultados satisfatórios.
A equipe do CBV participa de estudos internacionais relacionados à retinopatia diabética.
Ainda não existe conhecimento amplo o bastante acerca do diabetes. Portanto, até então, não existe a sua cura, mas seu controle clínico diminui significativamente o aparecimento da retinopatia diabética. Todo paciente diabético deve ser acompanhado periodicamente pelo oftalmologista.
O que é uveíte?
Uveítes é a inflamação das estruturas internas do olho.
Quais são os principais sinais e sintomas?
Sensibilidade à luz (fotofobia), visão embaçada, dor, moscas volantes e olho vermelho.
Quais são as causas?
Em alguns casos, a causa da uveíte é desconhecida (uveíte idiopática), produzida por processos imunológicos. Doenças reumatológicas, como artrite reumatóide juvenil e do adulto, a doença de Behçet, lúpus e a espondilite anquilosante também estão incluídas nas causas da uveíte por processos imunológicos.
As uveítes podem ter causa infecciosa (vírus, bactérias, fungos e parasitas), ser secundária a traumas oculares e a algumas neoplasias (leucemias, linfomas e metástases). Doenças que acomete outras partes do organismo, como toxoplasmose, toxocaríase, tuberculose, sífilis, além de herpes, citomegalovírus e aids são exemplos de causas infecciosas para as uveítes.
As crianças podem ter uveítes?
Sim! Podendo, inclusive, já nascer com comprometimento visual, como na toxoplasmose congênita e rubéola. Outra causa importante de uveíte na infância é a artrite reumatóide juvenil.
A uveíte pode comprometer a visão?
Quando não tratada de forma adequada ou quando o diagnóstico é muito tardio, a uveíte pode causar danos visuais irreversíveis. Pode causar – ainda – glaucoma, descolamento de retina, catarata, além de cicatrizes na retina que causam redução na visão.
Como tratar?
Em muitos pacientes há necessidade não só do uso de colírios, mas também, de medicamentos específicos para a causa da doença (antibióticos, antifúngicos, antivirais). Em se tratando de uma doença reumatológica, autoimune ou de causa desconhecida, os principais medicamentos utilizados são os corticoides e os imunomoduladores. Portanto, a detecção precoce com tratamento bem direcionado e a interação com outras especialidades médicas são importantes para o controle de grande parte das uveítes.
Responsável Técnico: Dr. Valdenir Ribeiro – CRM 3991